Quem nunca viu crianças e até bebês absortos diante das telas de tablets ou smartphones? O problema é que muitos pais desconhecem os perigos do excesso de tecnologia na educação infantil.
Na busca por alguns momentos de sossego ou para gerenciar a rotina apertada, pais, mães e cuidadores muitas vezes recorrem à tecnologia para entreter as crianças. No entanto, todos os benefícios vêm com um custo.
Consequências do acesso ilimitado à tecnologia
Hoje, a tecnologia está presente na vida das crianças desde o nascimento, sendo filmadas e fotografadas na sala de parto. Em segundos, suas fotos já estão nas redes sociais dos pais. Não podemos negar sua existência, mas há uma diferença entre ensinar sobre sua importância e permitir que ela domine os momentos de ócio das crianças.
“Uma criança com acesso ilimitado à tecnologia pode se tornar socialmente alienada, viciada em estímulos visuais e altamente ansiosa quando em ócio.” (Patricia Vale - Psicóloga no Colégio Everest Brasília)
Impacto no aprendizado das crianças
Todos temos comportamentos aprendidos. A estimulação visual é, sem dúvida, um grande prazer para a criança. Afinal, são movimentos, cores e sons, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Se a criança percebe que chorar resulta no acesso a esse conteúdo, ela repetirá o comportamento.
Aos poucos, a criança associa o choro ao acesso àquele estímulo. Em pouco tempo, o choro ficará cada vez mais intenso, a criança cada vez mais dependente, e os pais sem muita alternativa.
Tudo isso devido à dependência dos estímulos proporcionados por tablets e smartphones.
Uso da tecnologia no Colégio Everest
No Colégio Everest, valorizamos a tecnologia, pois sem ela nossos alunos ficariam distantes da realidade atual. Se utilizada corretamente, ela ajuda no aprendizado e estimula a criatividade.
Respeitamos as recomendações de exposição limitada a partir de dois anos de idade. A tecnologia tem papel educativo e é utilizada em situações previstas em planejamento, variando de acordo com a idade e o desenvolvimento de cada criança.
Com o objetivo de desenvolver habilidades funcionais, as crianças têm a tecnologia incluída no currículo com aulas de robótica. Todas as unidades contam, também, com a ferramenta Google for Education, que serve de apoio no estudo das disciplinas e permite um contato produtivo e eficiente da tecnologia a favor da educação.
Déficit de atenção e desenvolvimento cognitivo
Psiquiatras infantis relatam um aumento de casos de vício em tecnologia. Infelizmente, os pais só identificam o problema e procuram ajuda quando surgem algumas comorbidades, como depressão, ansiedade social, síndrome do pânico, entre outras.
No colégio, devemos ficar atentos a crianças muito dispersas, alienadas, não participativas, com comportamentos antissociais, queda brusca de rendimento, dificuldade de socialização. É claro que esses comportamentos também podem estar ligados a outras questões, mas também são indícios de uma criança com dependência tecnológica.
Limites saudáveis para o uso da tecnologia
É necessário um limite diário de uso conforme cada faixa etária. A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria atestam que (Fonte: AAP 2001/13; CPS 2010):
- Bebês entre 0 e 2 anos não devem ter qualquer exposição à tecnologia;
- Crianças de 3 a 5 anos devem ter acesso restrito a uma hora por dia; e
- Crianças de 6 a 18 anos devem ter acesso restrito a duas horas por dia.
É claro que isso não é regra, mas é importante sempre usar o bom senso. O uso exagerado da tecnologia pode causar vários prejuízos, como insônia, depressão, ansiedade generalizada, transtorno do controle de impulsos (dificuldade de autocontrole), síndrome do pânico e transtorno antissocial.
Para saber mais sobre educação e nossas práticas educativas, confira os artigos 10 coisas que toda criança deveria aprender na escola e Encontrando a escola ideal: um guia para os pais.