O analfabetismo funcional é um problema grave entre os brasileiros, e o nosso país ainda ocupa posições indesejáveis no ranking internacional de desenvolvimento intelectual de adultos e crianças. Uma das causas desse resultado é o processo deficiente de pré-alfabetização, que não considera as particularidades da criança nem utiliza técnicas adequadas para o seu desenvolvimento.
Embora a desigualdade social e o ritmo de vida acelerado das grandes cidades possam contribuir para esse problema, os pais devem participar ativamente na alfabetização dos filhos.
Neste texto, colocamos algumas dicas simples para você auxiliar seus filhos de maneira prática e eficaz. Confira!
Leia para as crianças
A leitura em voz alta é uma ferramenta indispensável para a alfabetização de crianças pequenas, sobretudo na primeira infância (0 a 4 anos). Ler para elas durante a pré-alfabetização é benéfico, pois estimula as conexões neurais, aumenta o vocabulário e favorece o desenvolvimento da linguagem.
Mas como atrair a atenção de crianças tão pequenas para escutarem atentamente uma leitura?
Nem sempre elas estarão completamente envolvidas no momento da leitura, mas, assim como todo hábito em desenvolvimento, é preciso investir nessas ocasiões. Com o tempo, é natural que os pequenos tenham mais interesse e foco para ouvir e acompanhar.
Comece essa prática nem que seja por apenas cinco minutos por dia. Logo você perceberá que as próprias crianças vão pedir mais!
Dica: procure livros que estejam de acordo com a faixa etária do seu filho!
Invista no desenvolvimento motor
No passado, era comum que as crianças tivessem bastante tempo disponível brincando, movimentando-se, em contato com a natureza (terra, água, plantas) e em contato livre com outras crianças (e adultos).
O cenário atual, em algumas realidades, pode ser bem diferente. Mas você ainda pode oferecer alternativas que ajudem seus filhos a se desenvolverem cada vez mais no aspecto motor. Isso exige ajustes na rotina dos pais e cuidadores, mas os benefícios são incontáveis.
A prática de esportes como a natação pode ser útil nessa fase, as idas ao parquinho, a permissão de sentar sobre um banco de terra e usar a criatividade, o cultivo de uma pequena horta, o andar de bicicleta no pátio do condomínio… todas essas coisas envolvem desenvolvimento cerebral sadio!
Brincar não é apenas uma questão de “gastar energia” e cansar a criança.
Se os fins de semana são sempre cheios de eventos sociais, separe momentos para um passeio em família – conhecer lugares diferentes, como cachoeiras, praias, parques, borboletários, zoológicos, parquinhos de areia, igrejas – ou simplesmente fique em casa para fazer um bolo junto com as crianças.
Ao preparar feijão, por exemplo, conte com a ajuda das crianças na separação dos grãos: isso desenvolve sua coordenação motora fina. Um processo que também ocorre no cérebro e, mais adiante, será importante na hora de progredir na escrita.
Restrinja o acesso ao uso de telas
No mundo atual, parece impossível para um adulto viver sem tablets, smartphones, televisão, mas tudo isso é dispensável no universo infantil.
O ideal é que o uso desses acessórios nos dois primeiros anos de vida da criança seja restrito. Depois disso, é recomendado seguir uma rotina que não faça desses recursos as primeiras opções no caso de entretenimento e relaxamento.
Embora haja muitos mitos sobre a exposição das crianças às telas, existem riscos que são verdadeiros. Alguns estudos associam a exposição excessiva à depressão, ansiedade infantil e a outros transtornos de aprendizado, comportamento e concentração.
O período de alfabetização é crucial para o desenvolvimento da linguagem, principal ferramenta de comunicação e aquisição de conhecimentos.
Todas essas dicas têm relação direta com a fase de pré-alfabetização. São detalhes que, se vividos com empenho, darão bons frutos na etapa de alfabetização das crianças. Experimente!
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